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Alcântara: A cidade que parou no tempo


Ruínas da Igreja da Matriz

Depois de dias maravilhosos no Pará, seguimos a nossa viagem rumo ao Maranhão.

Logo na divisa entre os estados, paramos em uma das primeiras cidades, Maracaçumé. Lá, avistamos um restaurante na beira da estrada, onde vimos alguns caminhões parados.


Dica de viagem: se você quer saber se um restaurante é bom e barato, ou se um posto de gasolina é seguro pra dormir, procure sempre por caminhoneiros, se eles estiverem lá, pode ter certeza que o local é bom :D”

Bom, paramos nesse restaurante, pois estávamos morrendo de fome. De cara, já pedimos logo o famoso Guaraná Jesus. Podemos dizer que… existem pessoas que gostam (e muito), e existem as que não gostam. Nós ficamos com a segunda opção :D

Depois do bucho cheio, voltamos pra estrada em direção a Alcântara, conhecida também, como a ‘’cidade que parou no tempo’’.


Chegando lá, já entendemos o porque desse título. Muitos casarões históricos e também muitas ruínas. Realmente, parece que tínhamos voltado ao século XVIII. Decidimos dormir em uma pousada, pois precisávamos muito trabalhar e estávamos sem sinal de celular e muito menos internet. Depois de algumas pesquisas, ficamos em uma pousadinha, que achamos que nem vale citar aqui.



Passamos a noite e logo no café da manhã, um senhor bem simpático nos aborda perguntando se queríamos fazer um tour pela cidade. Claro que queríamos! Depois de alguns choros com o valor dele, decidimos aceitar. E olha, fez toda a diferença!


Começamos com um pouco da história do local. O nosso guia nos contou que a cidade era muito rica no século 18, por conta da produção de cana-de-açúcar e algodão. E realmente, dá pra imaginar que era todo mundo chique mesmo!


Ainda nesse século, Dom Pedro II, tinha prometido uma visita a cidade. Daí começou a disputa de dois barões da época pra mostrar quem construía a melhor casa, ou mansão, para hospedar Dom Pedro. Acabou que o nosso rei, tinha uma agenda bem ocupada e cancelou a visita a cidade, ficando apenas as ruínas das duas casas (Caso curioso, que se estivéssemos fazendo esse tour sem um guia, provavelmente não saberíamos)


Ruínas de uma das casas que ia ser construída para receber Dom Pedro II

Andamos mais um pouco e fomos conhecer a Igreja do Rosário dos Pretos. A igreja onde apenas os negros frequentavam. Lá, nosso guia dá uma palhinha do tambor de crioula que ele se orgulha em dizer que toca na festa do Divino.

Igreja do Rosário dos Pretos

Depois fomos conhecer a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, onde vemos a riqueza da aristocracia da época. Muitos detalhes e muitos azulejos trazidos de Portugal. Todas as famílias que tinham muito dinheiro na cidade, eram enterradas nessa igreja. Fato curioso também, a missa da Igreja dos negros, tinham que começar depois e acabar antes da missa dos senhores.

Ao fundo a Igreja de Nossa Senhora do Carmo

Andamos mais um pouco e fomos parar na Rua da Amargura. Essa rua, era onde moravam alguns dos mais poderosos senhores da cidade. Dizem que ela leva essa nome por dois motivos: um, porque era ali que as mães se despediam dos filhos que iriam embora para estudar na Europa, e também, contam que nessa rua ficava o mercado dos escravos.


Rua da Amargura

Depois fomos para a praça principal, onde fica uma das maiores ruínas da cidade, a Igreja Matriz. O guia nos contou que quando a mesma estava sendo construída, um raio caiu em cima da igreja, ficando assim, apenas as ruínas. Porém, numa pesquisa na internet dizia que, na virada do século 18 para o 19, a igreja já estava em ruínas e prestes a desabar, sendo que parte dela teria sido derrubada pelo escritor local, que morava em um casarão na praça, e tinha a sua vista da paisagem atrapalhada pela torre da igreja. Jamais saberemos :D


Aqui chegava ao fim o nosso tour por uma das cidades mais curiosas que já passamos.

Dormimos mais uma noite na cidade e logo no outro dia pela manhã partíamos para São Luis.


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